domingo, agosto 31, 2008

Ela


Como quisera escrever sentimentalidades!
Pensou em coisas doces e bem planas. Observara magia, beleza e esplendor.
Desejara contar-lhe tudo: os sonhos, os presságios, os risos, a saudade, o segredo e toda sua vastidão.
Sonhara lhe dar o mundo, mas contentou-se em doar a própria alma.
Quis parafrasear grandes escritores. Lembrou de versos e citações mil. Encontrou trechos de músicas e frases que julgara ser de encaixe perfeito. Fechou os olhos e ficou com o que tinha: o amor valsando por entre palavras que ela mesma desconhecia.
Quis falar dos anjos e das flores que contemplara nos campos. Quisera metaforizar as borboletas e os jardins ensolarados. Sorriu pro vento e as mudanças de que é capaz. Agradeceu por te-lo trazido até aqui.
Sentiu a natureza e toda sua diversidade. Estava agora inundada numa euforia que suplicara não ter fim.
Como implorara a eternidade!
Desfez-se do medo e de todas as limitações que o acompanham. Deu margem a própria existência e todo o universo que carrega consigo.
Recordou o passado e as cicatrizes latejaram. Ignorou. Prometeu não mais se submeter.
Olhou pro lado e encontrou planos, um em cada esquina. Escorreu uma lágrima. Cerrou os punhos e descansou: não ousara mais desistir.
Tingiu o amor em preto e branco. Viu-se revestida de pieguice. Deu de ombros.
Quisera terminar o que começou. Estudou: tudo tem seu inicio, meio e fim.
Fizera questão de colocar em prática...
Não conseguiu.

(BALBY, Dandara) 31.08.08


quinta-feira, agosto 28, 2008

Para um bom entendedor, um texto basta


Eu lastimo essa coisa de inveja, de não suportar o outro ser tanto quanto ou mais que.
De sentimentos amargos eu quero distancia! Ô gentinha baixo nível!
E eu ainda me pergunto por que o mundo é assim...
Ora, com tanta gente pequena não poderia ser de outra forma.
Ao tentar uma mistura homogênea percebi o engano: erro ao receber o arquivo! Mais sábio é observar de longe que tentar ajudar quem não faz questão de raciocínio.
Quanto mais convivo mais me assusto. E depois querem pregar DEMOCRACIA...
Como defender uma bandeira que não se aplica a sua própria vida, ao mecanismo da sua mente?
Creio que para ser democrático você precise concordar com o sistema de igualitarismo. Inoportuno, eu diria sentimentos tão pobres para quem faz questão de mostrar tanta sapiência.
Acho mesmo impressionante essa competição, essa batalha travada sem adversário senão à própria arrogância e estupidez.
É um tal de ridicularizar o outro e respirar aliviado quando aceito. É um riso irônico e uma falta de senso.
Sabem mais. Querem mais. O que mais?
Viva a ARISTOCRACIA!
Deve ser bastante dolorido aceitar que não se conhece a fundo o mundo em que se vive. Isso acontece porque o tempo que lhes tem de aprender é gasto olhando pra si mesmo, contemplando o próprio umbigo.
A arte de incomodar é pra poucos: a vida esta aí pra todo mundo, se incomoda quem faz dela mau uso ou cobiça o alheio.
Satisfação, fofoca e afins... Mais vale o silêncio do que brigar por tão pouco.
Agora as máscaras já não se amoldam a cara. Impossível fugir do que criou raíz.
Já sei quem são e o que posso esperar.
Se parassem com esse joguinho infantil poderiam crescer humanamente e espalhar valores e princípios reais e não fantasmagóricos.
É ótimo ser bom no que se faz, mas é repugnante querer ser o melhor.
Como pontua Aristófanes "A Juventude envelhece, a Imaturidade é superada, a Ignorância pode ser educada e a Embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre."
(BALBY, Dandara) 28.08.08








quarta-feira, agosto 27, 2008

Catástrofe


Limite. De fato, cada um tem o seu.
Declaro repouso diante de um caos absoluto.
Dores, dores e mais dores: do mundo, de mim e dos outros. Fragmentos de um todo agregados em meu interior.
Um cansaço que me abate. Uma paciência que eu já não tenho e um pensamento que não controlo, não posso mais controlar.
Desconcerto. Bagunça. Rebelião. Uma catástrofe aqui dentro!
Nem sei por que resolvi escrever. Explicar o que e pra quem se eu pouco me importo com os alheios?
Devo mesmo está esgotada, transbordando de mim mesma e fazendo da escrita um jeito de esvaziar o corpo, a mente, o coração...
Sinto uma necessidade enorme de chorar, me debulhar em lágrimas de destroço, culpa e pedaços que ainda me restam.
Quero gritar o que se passa aqui dentro e que já não cabe mais.
Não suporto opiniões, clichês e afins! Poupem-me dos comentários, obrigações e conselhos.
O mundo parece está de cabeça para baixo enquanto o meu corpo se desfaz do lado avesso.
Cansei de lamúrias e de inúmeras tentativas de tentar ajudar.
Foda-se o universo e todas as criaturas que nele habitam!
Eu quero mais é a individualidade: ser feliz sozinha!
Dos sonhos me distancio cada vez que tento agarrá-los... Me parecem miragens.
Meus ideais e planos parecem correr do que tracei de uma forma bela e esperançosa. E tudo, tudo tem me invadindo com se fosse um mar revolto a destruir tudo por onde passa.
Meu mundo é tão grande e vasto quanto esse que eu moro sem pedir licença.
Sou abrigo de sentimentos e emoções mil. Aquelas que afloram a pele e todos os sentidos. Carrego pessoas e mágoas. A culpa e o devaneio não me deixam em paz. A inquietação faz barulho e não me deixa dormir. Eu disse há pouco: uma catástrofe aqui dentro.
To mesmo revoltada e de mãos no rosto. Se eu deixar esse nó na garganta se transformará em soluços que ecoarão por entre as lacunas do medo, do desespero...
Preciso de um quarto, de uma cama e de uma música. Quero pouca luz e uma tranqüilidade infinita...
Liberdade. Calma. Sorriso. Aconchego...
Venham se apossem de mim!

(BALBY, Dandara) 27.08.08

terça-feira, agosto 19, 2008

Inércia


Estive inerte todos esses dias.
Acompanhei de perto a rebelião que por ora se manifestava em minha mente.
Fugi de mim mesma como quem corre de um cão.
Barulho. Grito. Choro. Um inferno aqui dentro!
Travei uma batalha entre mim e minhas múltiplas identidades. Aquelas que assumo sempre que tento não ser assim tão previsível.
Detestei estar de mãos atadas, punhos algemados.
O que deixara fazer dos meus instintos?
Tive medo do que penso. Sufoquei minha imaginação na tentativa de não torná-la real.
Analisei cada centímetro do que construíra até aqui. Percebi um erro atrás do outro.
Repouso, repouso. Repouso absoluto...
Uma foto. Uma palavra. Um gesto. Tudo se torna um processo de acontecimentos se você permitir.
Odiei o mundo e suas diversas tendências.
Repudiei pessoas sem o mínimo de integridade e caráter.
Contive-me no cuidado de ainda mostrar o que alguns olhos não alcançam...
Esperei por telefonemas. Mensagens. E-mails. Recado algum recebi.
Testemunhei a batalha entre aquilo que se é e o que deixara de ser.
Com olhos marejados notei a ausência do que definem como felicidade.
Fui vítima de tentativas constante de corrupção e loucura, mas também fui autora de vitórias e conquistas mil.
Hoje ainda permaneço em mutação contínua.
Já sei diferenciar o real do imaginário. O concreto do abstrato. O verdadeiro do falso. O leigo do imperfeito. O que tenta e o que simplesmente deixa.
Complicado entender as pessoas e não ser compreendida.
Por vezes desejei ser fraca como os demais. Talvez isso me tornasse menos digna, de sofrimentos, eu diria...
Quis tanto não imaginar, não desenhar, não construir, não aprender...
Extensão de mim que teima em continuar.
Sofri calada. Engoli seco e só assim pude abraçar as respostas daquelas interrogações que tanto me atormentavam.
Entendi que existem pessoas cruéis e que são indiferentes as suas tentativas de torna-se melhor ou de fazer melhor aquilo que se tem tão pequeno.
Triste, sim eu fiquei por saber agora verdadeiramente que o mundo não se constitui só de sonhos.
A realidade é mais dura do que parece e se você deixar ela te devora.
Quis desistir de mim.
Por um momento achei que o melhor seria igualar-me.
Não! Mil vezes não.
Abrir mão do que sou para satisfazer alguém ou no intuito de não mais sofrer não é justo, não é humano, não é vital.
Precisei de coragem e esperança pra continuar.
Não é fácil controlar o que te invade e te arrasta sem que você queira.
É pavoroso andar no escuro, mas...
Farei do medo minha mais perfeita companhia e meus dedos me guiarão para um mundo que eu espero dividir com vocês.


(BALBY, Dandara) 19.08.08




De TUDO um POUCO


Posso rir do mundo, mas não de suas dores.
Sei que posso enxergar sem poder alcançar.
Posso ainda entender e nada modificar.
Carrego um punhado de areia nas mãos e lágrimas nos olhos.
Trago flores no coração e cuidado nos lábios.
Tenho em mente credulidade, compaixão, auxílio.
Lavo a alma com o perfume leve das manhãs ensolaradas.
Seco meu corpo de faces mutantes no vento que insiste em mudar tudo de lugar.
Lembro dos amigos, dos amores e dos momentos que se foram.
Descanso numa tela perfeita de outono.
Quero humildade, respeito e justiça.
Desejo pintar o universo com as cores de um sorriso.
Contentar-me com tudo aquilo que não me é palpável.
Esconder-me do que não fiz, do que não sou, do que não quero...
Pensar, pensar e pensar...
O que vale é a imaginação transformada em fato.
Matar-me-ei com o pior dos sofrimentos: a agonia.
Revolta. Desconforto. Tristeza. Fúria.
Guerra travada entre mim e os meus.
Do mundo, os sonhos.
Dos sonhos, a esperança.
Da esperança, o coração.
Do coração, os amores.
Dos amores, o aprendizado.
Do aprendizado, os amigos.
Dos amigos, lembrança.
Das lembranças, saudade.
Da saudade...
O pouco que ainda me mantém de pé.

(BALBY, Dandara) 19.08.08


sábado, agosto 02, 2008

A quem interessar possa


Tenho me acompanhado diariamente: observo, analiso, averiguo, constato e me assusto. Nada mais atormentador do que se conhecer assim, tão detalhadamente.
Sou o que penso o que escrevo e o que calo. Muito do que profiro não passa de um colete protetor.
Tenho uma sede enorme por tudo que é expresso a punho. Convém-me a realidade traduzida em letras, à indignação e a revolta diante de tudo que não deveria ser exposto num papel quiçá numa canção bem eloqüente.
Interesso-me por verdades sejam elas fantasiadas ou não. Aprecio o silêncio e toda a escassez do que é banal e insignificante. Não sufoco o que por vezes chega a se debulhar em meu peito como se fosse um vulcão culminando em larvas.
A mim não importa as feridas provocadas por outrem. Um impacto é sempre bom ainda que traga na sua bagagem apenas fraqueza disfarçada de rebeldia.
Escrever serve pra esvaziar minha mente. Penso em demasia. Talvez faça isso por mim e pelos outros...
Uma das coisas que me remete medo é o escuro. Posso enxergá-lo como fazendo parte de um mundo fúnebre. Isso não me faz bem, muito embora tenha um lado gótico, por vezes “emo”, como virou moda dizer.
Não tenho admiração por estrelas, lua ou sol. Se isso me faz diferente de alguém? Às vezes é bom ser água em meio ao fogo.
Amo muito e incontrolavelmente. Acredito na entrega, na busca e no sentido da vida.
Sou a favor dos sentimentos e das emoções. Extravaso sem receio. Errado é passar na vida quando se pode vivê-la...
Poucas coisas me fascinam nesse mundo insano, dentre elas destaco a leitura: nada mais prazeroso do que viajar por um universo de palavras. Rodo o mundo inteiro num embalar de uma rede ou na quietude de uma cama.
Amigos: a medida exata pra seguir em frente. Nem tão pouco que eu possa contar nem uma multidão que me torne efusiva.
Ódio. Não aprendi a senti-lo. Gosto da sua definição e por vezes insisto pra que seja fincado em mim. Há pessoas que merecem um sentimento bem medíocre...
Estou do lado das declarações, do que gostam de definir como “meloso”. Rótulos: não tenho medo de vocês! As pessoas que taxam as outras não têm tempo de crescer, a vida alheia lhes consomem por inteiro...
Música bem alta e estridente. O som é meu e eu escuto o que quiser. Tape os ouvidos quem não estiver afim. Egoísta? Não, deixo isso pra você.
Teimosa. Rebelde. Danada. Essas gentes assim pequenas não conhecem “determinação”...
Fernanda, Caio, Mario, Florbela... Nomes simples pra alguns, verdadeiras fontes pra mim.
Redigir tudo enquanto possa me conceituar. Bem queria eu que fosse assim. Perdão, pois não posso me limitar ao que se consegue definir.
Sou bem mais do que está escrito aqui. Mais ainda do que você pode imaginar. Sou mais do que letras, objetos e canções podem expressar...
A quem interessar possa, partes de mim!

(BALBY, Dandara) 02.08.08










Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.


Quem sou eu

Minha foto
Natal, RN, Brazil
Leonina, segundo o zodíaco. Dona de uma personalidade forte e por vezes receosa. De um gênio incrível, gostam de dizer... Apaixonada por música, igualdade, livros e afins... Teimosa. Previsível e inquieta (MUITO). Da noite. Do dia. De casa. Da rua. Dos sentimentos. Das palavras. Das vírgulas e dos pontos continuando...

São do meu agrado...

* O Último Samurai
* Escritores da Liberdade
* Um Amor pra Recordar
* O Diário de uma Louca
* Celular - Um Grito de Socorro
* Cidade dos Anjos
* Em Busca da Felicidade
* Senhor das Armas
* Tróia
* Separados pelo Casamento
* Jogo de Amor em Las Vegas
* Um crime Perfeito
* Annapolis
* Garota Interrompida
* O Exorcismo de Emily Rose
* A Proposta
* Marley e Eu
* Crepúsculo
* Lua Nova
* Eclipse
* Shrek
* Tropa de Elite 2
* Muita Calma Nessa Hora
* Lembranças

Leituras Adoráveis

  • *Lembra de Mim?
  • * Férias
  • * Fora de Mim
  • * Feia
  • * Trilogia Millennium (Os Homens que Não Amavam as Mulheres/ A Menina que Brincava com Fogo/ A Rainha do Castelo de Ar
  • * Melancia
  • * Querido John
  • * O Segredo de Emma Corrigan
  • * As Brumas de Avalon
  • * Crepúsculo (Lua Nova/Eclipse/Amanhecer)