segunda-feira, outubro 20, 2008

Do meu [confuso] Mundo


Difícil controlar o que há tanto me preenche e faz parte das minhas características mais gritantes.
Tento sufocar, mas não consigo – fica uma agonia, um peso aqui dentro.
Sou constituída de adjetivos que se alternam em qualidades e defeitos periodicamente. Sou cada parte que faz o todo, cada peça de um complexo quebra-cabeça.
Adequar-me. Enfrentar mudanças, pausas, reticências. Causar um congestionamento do que transita de minha mente até minha boca. Impulsionar um caos no meu corpo e ouvir buzinas e gritos que me roubam o controle e deixam farpas em meu coração.
Analiso as circunstâncias na tentativa de justificar minhas atitudes. Questiono-me se os fatos são sempre originados em detrimento de algo que se esconde atrás das cortinas. Entro numa busca incessante dos meus fardos e estorvos. Travo uma batalha entre o que sou e o que deveria ser. Dou início a um duelo entre meu mundo e o desconhecido.
Manias. Convicções. Princípios. Valores. Carrego um punhado de ingredientes que me deixam pensativa, mutante, nervosa... Deixam-me em dúvida entre a “não-perfeição” e a maldade.
Enquadrar-me num conceito, procurar uma definição. Percebo que fujo as regras, salto os dicionários e gramáticas. Não estou entre as palavras, mas cercada de sentimentos. Reparo no vazio o muito que me invade.
São crises constantes de identidade. É um choro que não se esgota – estou neurótica!
Silêncio – preciso ouvir meu coração! Sobrecarregado coração, sempre numa balança entre razão e emoção.
Até que ponto devo me permitir agir esporadicamente, como se a vida pudesse acabar a qualquer momento? Como deixar fluir o que pode me causar longas noites de insônia? Complicado ponderar atitudes quando o cálculo que se tem não é preciso.
Se ao menos eu soubesse o resultado de cada passo que dou, mas não, eu nunca sei. Posso (e devo) imaginar cada desfecho que tenho a possibilidade de ter, no fim das contas sou eu, apenas eu e nada de métodos contraceptivos.
Eu que falo em demasia. Sempre tento evitar. Eu que só vivo o hoje em função do amanhã...
Não sei fugir de mim mesma e ficar na espreita esperando minha própria volta. Os dispositivos alheios me enchem os olhos, mas não, não sei usar. Acabo-me no que a vida fez de mim ou no que me transformei lentamente a cada pancada que a mesma me reservara.
Sou mesmo minhas particularidades, meus erros convulsionantes. Sou cada tombo que levei e cada gíria que usei. Sou minhas experiências bem ou mal sucedidas, minhas palavras escritas ou proferidas. Eu sou um mundo inteiro preso noutro mundo.
Tudo que trago é meu - são minhas características, minhas dores, meus ofícios. São minhas tempestades mais longas e minha calmaria mais lenta. É o meu sufoco minha dúvida de tudo que eu poderia abstrair e aprisiono aqui.
(BALBY, Dandara) 20.10.08


6 comentários:

Tati disse...

Oi Dandara, claro que vc pode me linkar - será um prazer!
E quanto ao seu post, confesso que tb abuso das reticências, como sinal de alguma coisa que não cabe em mim...

Doutrina Cristã disse...

Seria o prenúncio do descanso pela morte?

Guilg7 disse...

oiiiiii...tdio bom?

oh brigadão por ter passado lah no meu blog....poxa...realmente as semanlhanças entre o nosso jeito de escrever saum assim nitidas....e isso é bem legal....

http://lg7fortalezace.blogspot.com/

Unknown disse...

Lindíssimo!

bj procê

Unknown disse...

MEME PROCê NO AT!!

*** Tô indo pra Natal essa Quinta! Vai ter um Congresso de ADM na Sexta (31/10) e Sabado (01/11). Volto no Domingo de meio-dia... Podemos nos ver, o q vc acha? Eu e minhas amigas vamos ficar num hotel na praia de Ponta Negra, ja q o Congresso vai ser no Centro de Convenções.

bju pra ti!!

Anônimo disse...

Olha, simplesmente PERFEITO seu texto, fantástico! Nunca tinha vindo aqui, mas estou feliz por perceber que existem pessoas capazes de tão bem utilizar-se das palavras para tentar descrever sentimentos tão interiores! Meus parabéns! Estou te linkando, beijos!

Quem sou eu

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Natal, RN, Brazil
Leonina, segundo o zodíaco. Dona de uma personalidade forte e por vezes receosa. De um gênio incrível, gostam de dizer... Apaixonada por música, igualdade, livros e afins... Teimosa. Previsível e inquieta (MUITO). Da noite. Do dia. De casa. Da rua. Dos sentimentos. Das palavras. Das vírgulas e dos pontos continuando...

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