Cansei dessa gente medíocre, áspera e cruel!
To saturada dos clichês diplomáticos, das éticas hipócritas e dos rótulos [in]apropriados.
Essa gente que acha que sabe, que pensa que sente e que exige o que quer. Essa raça que impõe, delimita e argumenta sem sentido algum, por trás, tão somente, de uma ridícula crise auto-suficiente.
Pras essas exclamações, os meus incansáveis travessões e centenas de aspas, porque ponto nenhum pra mim pode ser final enquanto eu insistir que não – não aceito, não quero, não concordo nem me satisfaço.
Durante muito tempo a rebeldia contida em palavras e a ausência adestrada ao silêncio. Hoje, um conflito e uma intenção de ruptura com tudo aquilo que se torna intragável e luz incandescente aos olhos.
Das palavras rebeldes, o grito de socorro e o convite a EVOLUÇÃO. Do silêncio vinculado a ausência, a teoria de humanização e a prática reflexiva, responsável maior da minha tênue, singular e já cansada linha de prevenção.
Pergunto-me diariamente qual a finalidade das centenas de palavras que integram cidadania, quando o que vejo é um sistema sujo e corrupto moldando a alma e o coração das pessoas. Quero saber do amor, da justiça, da igualdade e do respeito mútuo que inflamam a boca e se escondem aos olhos (alheios).
Do amor que define, critica e ameaça eu desconfio, posto que ele (“... ) foge as regras e conceitos. Ele está além das palavras, talvez por entre as nuvens ou gotas de mel.
Dessa justiça que condena, sentencia e falha, eu me envergonho. Manifesto apenas minha lástima por essa profunda e velha hipocrisia.
Da igualdade que seleciona, exclui e explora, todo meu ódio e repulsa. Minha indignação face essa gente que sofre em cima dessa outra que ganha.
Do respeito mútuo, a minha incansável espera minhas noites de insônia, toda minha expectativa do que quisera definir como sonho, o que não passa de utopia.
É dessa gente mórbida que discorro: dos que definem com uma grande dose de egoísmo o amor e decidem vive-lo ao rigor de seus conceitos, fazendo com que o outro ceda por exigência ou medo de perda. Sugando do outro mais que o necessário e o tornando vulnerável a doenças psicológicas, por tirar-lhes aquilo que era seu por direito – os sonhos, os princípios e a liberdade de expressão, a busca pelo que (também) é correto – deixando-as vazias e neutras, obedecendo apenas e tão somente ao comando da subordinação. Dos que enchem a boca pra falar de justiça e erguem os punhos da soberania. Dos que clamam pela igualdade num egoísmo disfarçado de amor, numa sucessão eterna de aristocracia. Desses que lutam e reivindicam quando dentro de suas próprias casas são heterogêneos, impostores e egocêntricos – quem engana a si mesmo, tampouco poderá contribuir com o mundo. Dessa igualdade na cabeça e tão distante das mãos. Essa tal democracia que não chega e só aglomera fantasias e espera. Desse respeito que não perpassa, não caminha, não adianta.
Eu vejo fome, miséria e violência o tempo todo. Tem preconceito estampando rostos e poluindo mentes. Há uma produção que aliena e um ser humano que definha. Tem desabrigo, prostituição, tiros e desemprego – uma massa que padece frente uma que acumula. Do meu lado tem favelas, chacinas, latifúndios e nas revistas tem piscinas, castelos e iates.
Os valores éticos e morais agora agregam valores comerciais de troca, compra e venda – na esquina o corpo, na campanha o voto, no cidadão a dignidade.
Dizer que somos responsáveis por nossos erros e acertos é aceitar a ótica liberal, é adentrar um modo simplista de encarar os fatos – não, eu não posso naturalizá-los quando sei do cenário que os configura. Eu não vou tampar minhas verdades com as mentiras que publicam. Eu não vou calar. Não vou aceitar nem colaborar.
Dizem que o mundo é muito grande para que eu possa mudá-lo só e que eu não sou um super-herói com uma capa fantástica capaz de enfrentá-lo e tira-lo do caos, contudo, eu tenho um coração que sonha, uma mente que pensa e uma mão que escreve...
E você, o que tem?
BALBY, Dandara. 09-04-09
6 comentários:
Belo texto adorei.Parabéns.
... eu tenho uma admiração profunda por pessoas que como você, não se calam... tenho também uma revolta contida, por medo de ser mais uma maldita vítima de um sistema mais maldito ainda que faz pagar com preço de sangue aqueles que a ele não aderem! Eu tenho sangue nas veias, tenho revolta nos olhos, e tenho sonhos, muito sonhos em meu coração... sonho de um dia pode vivenciar uma realidade de pessoas que olham além, que acreditam em seus valores e que desejam muito mais que valores materiais! E para finalizar, tenho esperanças, porque sem esperança não há revolta, não há luta, não há sonhos!!!
Belíssimo e emocionante texto! Obrigado por proporcionar-me tão sábias palavras!
Beijão!
COMO DIZ UMA AMIGA MINHA, o ser humano é a pior raça existente no mundo, eu realmente fico revoltado com as pessoas e vejo que não existe razão para ser feliz com tanta genteee filha da p no mundo, um grande abraço garota da terra do lado da minha, vamos trocar mais comentarios? como vc está? :d fica com Deus
tem tanta poluição aos nossos olhos nesse mundo, qua a palavra certa é mesmo essa: cruel!
precisamos de muita luz no coração pra que cada um possa começar a fazer a sua parte pra que um dia as coisas comecem a mudar.
muitos beijos ;*
Postar um comentário