Como me sinto agora, só Deus sabe.
O mundo dá e também te cobra.
Nada escapa, tudo tem seu preço.
Muitas vezes me questionei sobre quem sou e porque sou – desde a cor dos olhos até a cor da alma. As respostas alcançavam uma velocidade luz e da mesma forma com que chegavam, iam embora, sempre numa agilidade incalculável.
Em algumas ocasiões pensei ter encontrado os motivos que me levavam a tais circunstâncias, mas depois de um tempo (e às vezes, muito) percebia que não era exatamente aquilo. Os fatos estavam nas entrelinhas, quem sabe num lugar em que eu nunca poderia alcançar, acho que eu nunca pude.
Meus órgãos parecem não mais funcionar, nenhum deles. É como se o sangue não corresse pelas minhas veias e o coração perdesse o pulso a cada respirar. Mas eu ainda estou viva e preciso continuar.
Difícil agora é tomar uma atitude ou uma decisão qualquer que leve embora toda essa agonia e esse caos que por ora se manifesta.
Afastar-me seria aceitar a culpa e permanecer será doloroso. Demasiadamente.
Agora aguento o peso dessas interrogações que insistem em curvar minhas costas, já cansadas de tantos fardos.
Ignorar. Resistir. Lutar.
Por que raios eu preciso passar por isso?
Dizem que são sábios aqueles que passam pelas experiências mais gritantes. Se assim for, não quero aprender. Não quero, eu não quero saber.
Alguém a me ouvir?
Deus, por favor, não me ensine mais nada. Não sou forte o suficiente pra sustentar o peso desses conhecimentos.
Permita-me ser leiga, inapta.
Roubam-me os risos e condenam-me hipócrita. Direcionam-me palavras inflamadas de maldade. Não calculam a dor que exalam nem a consequencia de cada uma. Não sei porque eu ainda insisto em medir cada uma delas na intenção de preservar algo, de quem quer que seja, se a mim, ninguem cuida. Eu não interesso. Como se um dia um pedido de desculpa fosse levar embora aquele martirio. Nao vai! E por isso eu não o faço. Recuso-me.
Não sou vítima nem sou culpada. Sou apenas EU.
Choro no barulho atormentador de minha mudez. Expor minhas lágrimas é ter que justificá-las. E eu me recuso. No fundo, os abraços são traiçoeiros e daqui a uns dias, as mãos que me embalarão serão as mesmas a me enforcar.
Desfaço-me da cordialidade aparente e entrego-me nos rótulos e conceitos que me reservam.
Taxem-me! Culpem-me! Massacrem-me!
Não quero desculpas nem quero consolo.
Deixem-me quieta, sem anestésicos.
Gritarei de aflição, mas dessa vez não confessarei o que não fiz na ingênua tentativa de ocasionar a paz. A ditadura já passou e o que fica é a certeza de que o mundo não é perverso, são as pessoas que o fazem.
(BALBY, Dandara) 13.11.08
O mundo dá e também te cobra.
Nada escapa, tudo tem seu preço.
Muitas vezes me questionei sobre quem sou e porque sou – desde a cor dos olhos até a cor da alma. As respostas alcançavam uma velocidade luz e da mesma forma com que chegavam, iam embora, sempre numa agilidade incalculável.
Em algumas ocasiões pensei ter encontrado os motivos que me levavam a tais circunstâncias, mas depois de um tempo (e às vezes, muito) percebia que não era exatamente aquilo. Os fatos estavam nas entrelinhas, quem sabe num lugar em que eu nunca poderia alcançar, acho que eu nunca pude.
Meus órgãos parecem não mais funcionar, nenhum deles. É como se o sangue não corresse pelas minhas veias e o coração perdesse o pulso a cada respirar. Mas eu ainda estou viva e preciso continuar.
Difícil agora é tomar uma atitude ou uma decisão qualquer que leve embora toda essa agonia e esse caos que por ora se manifesta.
Afastar-me seria aceitar a culpa e permanecer será doloroso. Demasiadamente.
Agora aguento o peso dessas interrogações que insistem em curvar minhas costas, já cansadas de tantos fardos.
Ignorar. Resistir. Lutar.
Por que raios eu preciso passar por isso?
Dizem que são sábios aqueles que passam pelas experiências mais gritantes. Se assim for, não quero aprender. Não quero, eu não quero saber.
Alguém a me ouvir?
Deus, por favor, não me ensine mais nada. Não sou forte o suficiente pra sustentar o peso desses conhecimentos.
Permita-me ser leiga, inapta.
Roubam-me os risos e condenam-me hipócrita. Direcionam-me palavras inflamadas de maldade. Não calculam a dor que exalam nem a consequencia de cada uma. Não sei porque eu ainda insisto em medir cada uma delas na intenção de preservar algo, de quem quer que seja, se a mim, ninguem cuida. Eu não interesso. Como se um dia um pedido de desculpa fosse levar embora aquele martirio. Nao vai! E por isso eu não o faço. Recuso-me.
Não sou vítima nem sou culpada. Sou apenas EU.
Choro no barulho atormentador de minha mudez. Expor minhas lágrimas é ter que justificá-las. E eu me recuso. No fundo, os abraços são traiçoeiros e daqui a uns dias, as mãos que me embalarão serão as mesmas a me enforcar.
Desfaço-me da cordialidade aparente e entrego-me nos rótulos e conceitos que me reservam.
Taxem-me! Culpem-me! Massacrem-me!
Não quero desculpas nem quero consolo.
Deixem-me quieta, sem anestésicos.
Gritarei de aflição, mas dessa vez não confessarei o que não fiz na ingênua tentativa de ocasionar a paz. A ditadura já passou e o que fica é a certeza de que o mundo não é perverso, são as pessoas que o fazem.
(BALBY, Dandara) 13.11.08
5 comentários:
Só tem uma saída minha filha q tanto amo, é nascer de novo
Um desabafo e tanto... no entanto, acho que vc está, em seu momento de dor e angústia, esquecendo-se de uma força maior que rege o universo, e que sim, está olhando por vc:Deus! Eu não sou religioso, e não acho que as religiões salvam o mundo, mas tenho passado por momentos bem difíceis ultimamente, e somente Ele tem me mostrado os melhores caminhos. Embora clichê, a única coisa que eu posso te dizer é que independente de quanto tempo demore, nenhuma dor é eterna!
Se cuida, beijos!
"...Roubam-me os risos e condenam-me hipócrita. Direcionam-me palavras inflamadas de maldade..."
Nao importa o que façam, o que importa é que você se conhece!
Já estou cansado disso tudo também!
Abraços, obrigado pela visita ao Escritos ao Acaso.
Te linkei!!
Bjux**
oi linda...claro que pode me linkar e que bom que gostou do meu espaço....apareça viu.Beijos.
um desabafo profundamente sincero... um grito existencialista, um clamor existencial. adoro gente sincera, gente de carne e osso, gente que não tem vergonha de se mostrar como é. gente como vc, gente como qualquer pessoa que assim como eu se identificou com essas suas palavras. um forte abraço!
Postar um comentário