Ainda não consigo acreditar no que aconteceu. Outra vez! Mais quantas? Céus, por quantas vezes terei de passar pela mesma provação?
Sim, a tristeza é algo que eu não posso esconder. O gosto amargo da decepção novamente, o sangue escorrendo de um punhal fincado em minhas costas, a lágrima da miséria que deixei fazerem de mim.
Lutei tanto por isso. Quis tanto pra mim. Cuidei até onde pude. Fiz tudo como deveria ser feito, aliás, fiz mais, fui muito além. Entreguei-me tanto que hoje já não sei mais o que restou de mim...
Sei que estou aqui agora: coração acelerado, mãos frias e pensamentos mutantes. Meu olhar se dissipa e se perde no mistério do que é a vida, do que a gente constrói e destrói a cada hora, cada minuto, cada segundo...
Realmente já não tenho a menor idéia de como é constituído o mundo e todos os seus sentidos, se é que eles realmente existem. Questiono-me do quanto somos capazes de aprender, fazer e modificar. Quero saber das linhas bem ou mal traçadas do destino, essa droga que eu não sei se existe e que por vezes me ilude, me faz acreditar que tudo é coisa dele. Eu nem ao menos sei se ele existe...
Se existir, o meu caminho se faz de curvas e paradas o tempo todo e meu ponto de chegada é a morte. Eu não vou casar. Não irei ter filhos nem irei me formar. Culpa do destino, que me carrega como se fosse uma folha levada pelo vento. Que me arrasta pra onde quer, quando quiser e me coloca onde eu não deveria está. Por quê?
Deus, eu acredito na sua existência. Tudo se torna mais complicado a cada respiração e a cada escolha ou renúncia que eu faço. São suas mão agindo em mim ou é simplesmente minha imposição, minha teimosia como tua serva e filha rebelde?
Repreenda-me então, PAI! Abrace-me agora e me deixe sentir seus braços em torno de mim. Mostre-me que eu não estou sozinha e que a minha passagem aqui na Terra não é uma mera sucessão de equívocos. Devolva-me, por favor, a minha bola de cristal. Dessa vez deixa que ela me mostre TUDO e não apenas o que eu quero enxergar. Segura bem forte em minhas mãos e guia-me, seja lâmpada irradiante para os meus pés. Faça de mim a tua guerreira. A tua filha que chora e que aprende com os erros. A tua filha que entende as falhas alheias, mas não tem obrigação de aceitar.
PAI, o SENHOR é único homem que pode está pra sempre ao meu lado.
Nunca me abandone!
(BALBY, Dandara) 06.06.08
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